terça-feira, 6 de dezembro de 2011

UNIDADE 4

Ainda é longo o caminho até a igualdade de gênero
São destinados aos homens os melhores cargos e salários. A evidência disso é o fato de que 5,5% dos homens ocupados chegaram a um cargo de direção, e apenas 3,9% das mulheres.
O Prêmio Anual Executivo de Valor, que elege os melhores profissionais em 20 setores da economia através da escolha  feita por um júri composto por um grupo de empresas do mercado de "headhunting" nacional e internacional, nenhuma mulher foi premiada, certamente não por discriminação do júri, mas porque elas são escassas no mercado de executivos.

A última pesquisa do IBGE mostra o rosto das diferenças por gênero.

Para cada R$ 100 de salário de um homem de baixa renda, uma mulher vai receber R$ 76.
Para cada R$ 100 recebidos pelo funcionário do sexo masculino, uma mulher receberá R$ 66,10.
Neste país de imensa pobreza, considera-se o topo da carreira uma renda mensal de R$ 3.730 para os homens e de R$ 2.466,50 para as mulheres.

Na pesquisa por faixa de escolaridade as mulheres com até quatro anos de estudo recebem 80,6% do salário dos homens com a mesma escolarização. Com 12 anos ou mais de estudo as mulheres recebem apenas 61,6% do que os homens

As mulheres têm mais tempo de estudo: elas estudam, em média, 8,6 anos, quando a média nacional entre a população ocupada é de 7,6 anos.
Os Estados da Região Sul estão na lista daqueles com maior número de mulheres em cargos de direção.
Essa proporção cai assustadoramente conforme se avança pelos Estados mais pobres da Federação onde as mulheres recebem menos em relação aos homens: na média, 59,4% do salário masculino.

Dados sobre a ocupação das mulheres com nível superior:

Os homens com estudo universitário se distribuem de forma equilibrada pelos setores da economia. As mulheres se concentram nas áreas de educação, saúde e serviços sociais.
Segundo o IBGE, grande parte da responsabilidade pelas diferenças de rendimento entre homens e mulheres se reproduz no mercado de trabalho onde as divisões dos papéis ainda desempenhados pela mulher dentro da família, cabem a mãe os cuidados com filhos, idosos e doentes.
Pesquisa revela que as mulheres inseridas no mercado de trabalho dedicam 22,1 horas por semana às tarefas da casa, enquanto os homens gastam apenas 9,9 horas com essas atividades. A dupla jornada ainda é a realidade da mulher brasileira, mesmo com a melhora de escolaridade e maior inserção no mercado.
O economista Marcelo Neri, chefe do Centro de Polícias Sociais da FGV, considera que o próprio mercado reduzirá as diferenças de gênero. Ele explica: quanto mais jovem a população, mais as mulheres superam os homens em educação. De onde se conclui que, no futuro, as mulheres serão, em média, mais qualificadas que os homens. O tempo dirá, mas a realidade é que o Brasil ainda lida com uma situação de profunda desigualdade, não apenas social, mas também de gênero.
FonteEditorial do Valor - 17/04/2006

Jornada da mulher trabalhadora
  • Durante a semana, a jornada diária da mulher é de 502 minutos, 5% maior que a do homem (480 minutos);
  • No fim de semana, a jornada diária da mulher é de 326, 62% maior que a carga masculina (201 minutos).
Fonte: Dados da pesquisa da socióloga da UF de MG, Neuma Aguiar Horizonte, em 2002. (OGL-16)
 

Mulher x Criança x AIDS
A África subsaariana terá 18 milhões de crianças órfãs da Aids até o fim de 2010;
A cada minuto, uma criança é infectada pelo HIV por sua mãe e outra morre de alguma doença relacionada à Aids.
Fonte: (Unicef) (OGL-26).
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Nas capitais brasileiras, 44% dos homicídios de mulheres são cometidos com
arma de fogo. Dois terços dos casos de violência contra a mulher têm como autor o próprio marido ou companheiro. De acordo com dados do FBI, relativos a 1998, para cada vez que uma mulher usou uma arma em legítima defesa, 101 vezes esta arma foi usada contra ela.

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O Brasil libera o ranking mundial de violência contra a mulher. De acordo com uma pesquisa feita pela Sociedade de Vitimologia Internacional, chega a 25% o número de mulheres no país que sofrem violência e 70% das mulheres assassinadas foram vítimas dos próprios maridos.Fonte: Correio Brasiliense



IBGE
A participação das mulheres no mercado de trabalho, seu perfil etário e educacional, o contingente feminino no setor público, a jornada de trabalho considerada a escolaridade, o percentual de mulheres que gostaria de trabalhar mais. Esses e outros pontos são levantados pelo IBGE no Dia Internacional da Mulher. O trabalho especial Mulher no Mercado de Trabalho: Perguntas e Respostas tem como objetivo apresentar um panorama da mulher no mercado de trabalho. As informações usadas provêm da Pesquisa Mensal de Emprego (PME)2009, realizada nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
35,5% das mulheres tinham carteira de trabalho assinada
Em 2009, aproximadamente 35,5% das mulheres estavam inseridas no mercado de trabalho como empregadas com carteira de trabalho assinada, percentual inferior ao observado na distribuição masculina (43,9%). As mulheres empregadas sem carteira e trabalhando por conta própria correspondiam a 30,9%. Entre os homens, este percentual era de 40%. Já o percentual de mulheres empregadoras era de 3,6%, pouco mais da metade do percentual verificado na população masculina (7,0%).
61,2% das trabalhadoras tinham 11 anos ou mais de estudo
Enquanto 61,2% das trabalhadoras tinham 11 anos ou mais de estudo, ou seja, pelo menos o ensino médio completo, para os homens este percentual era de 53,2%. A parcela de mulheres ocupadas com nível superior completo era de 19,6%, também superior ao dos homens (14,2%). Por outro lado, nos grupos de menor escolaridade, a participação dos homens era superior a das mulheres.
Elas trabalharam 38,9 horas em média
Apesar de desde 2003 ter ocorrido uma redução de aproximadamente 36 minutos na diferença entre a média de horas trabalhadas por homens e mulheres, em 2009 as mulheres continuaram trabalhando, em média, menos que os homens. Cabe esclarecer que essa queda foi ocasionada pela redução na média de horas trabalhadas pelos homens. As mulheres, em 2009, trabalharam em média 38,9 horas, 4,6 horas a menos que os homens.
As mulheres trabalhavam menos que os homens em todos os grupamentos de atividade. Com a exceção das mulheres ocupadas em “Outros Serviços”, as demais atividades apresentaram aumento da média de horas trabalhadas para as mulheres. No grupamento “Administração Pública”, as mulheres trabalharam, em média, 36,4 horas semanais.
Em 2009, as mulheres com 8 a 10 anos de estudo foram as que declararam trabalhar mais horas semanais (39,4 horas). No entanto, aquelas com 11 anos ou mais de estudo foram as que apresentaram a menor diferença na média de horas trabalhadas em relação aos homens, 3,6 horas. Em 2003, esta diferença era de 4,4 horas.
As mulheres com 1 até 3 anos de estudo foram as que apresentaram a maior diferença (7,2 horas) na média de horas trabalhadas, quando comparadas aos homens. Tal realidade é similar à verificada em 2003, quando a diferença era de 7,3 horas.
O número de horas trabalhadas pelas mulheres que possuíam curso superior completo somente ultrapassava ao das que tinham até 3 anos de estudos.
Já as mulheres com 11 anos ou mais de estudo foram as únicas a aumentar a média de horas trabalhadas semanalmente, em todo o mercado de trabalho: de 38,8 horas em 2003 para 39,1 horas em 2009.
O rendimento continua sendo inferior ao dos homens
O rendimento de trabalho das mulheres, estimado em R$ 1.097,93, continua inferior ao dos homens (R$ 1.518,31). Em 2009, comparando a média anual de rendimentos dos homens e das mulheres, verificou-se que as mulheres ganham em torno de 72,3% do rendimento recebido pelos homens. Em 2003, esse percentual era de 70,8%.
Considerando um grupo mais homogêneo, com a mesma escolaridade e do mesmo grupamento de atividade, a diferença entre os rendimentos persiste. Tanto para as pessoas que possuíam 11 anos ou mais de estudo quanto para as que tinham curso superior completo, os rendimentos da população masculina eram superiores aos da feminina.
Verificou-se que nos diversos grupamentos de atividade econômica, a escolaridade de nível superior não aproxima os rendimentos recebidos por homens e mulheres. Pelo contrário, a diferença acentua-se: no caso do “Comércio”, por exemplo, a diferença de rendimento para a escolaridade de 11 anos ou mais de estudo é de R$ 616,80 a mais para os homens. Quando a comparação é feita para o nível superior, ela é de R$ 1.653,70 para eles.
No entanto, no grupamento da Construção, as mulheres com 11 anos ou mais de estudo têm rendimento ligeiramente superior ao dos homens com a mesma escolaridade: elas recebem, em média, R$ 2.007,80, contra R$ 1.917,20 dos homens.
Aumentou a escolaridade das mulheres que procuram trabalho
Em 2009, entre o 1,057 milhão de mulheres desocupadas e procurando por trabalho, 8,1% tinha nível superior. Houve aumento na escolaridade dessas mulheres, visto que em 2003, em média, 5,0% tinham nível superior. Esse crescimento resulta do aumento da escolaridade de uma forma geral.
O aumento da escolaridade também pode ser verificado em outros níveis. Em 2003, em média, 44,7% das mulheres desocupadas tinham 11 anos ou mais de estudo. Em 2009, essa proporção ultrapassou significativamente a metade da população (59,8%). Verificou-se que a população feminina desocupada é proporcionalmente mais escolarizada que a população feminina acima de 10 anos. Enquanto, em média, 81,2% da população feminina desocupada tinham oito anos ou mais de escolaridade, na população em idade ativa este percentual era de 61,1%.
Cresceu o percentual de mulheres adultas querendo trabalhar
A população feminina desocupada (1,057 milhão de mulheres, em 2009) está muito concentrada no grupo etário entre 25 e 49 anos de idade. Em 2003, as mulheres nesta faixa etária correspondiam a 49,3% da população feminina desocupada. Em 2009, elas já eram mais da metade: 54,2%.
O estudo Mulher no Mercado de Trabalho: Perguntas e Respostas pode ser encontrado no seguinte endereço:
O estudo Mulher no Mercado de Trabalho: Perguntas e Respostas pode ser encontrado no seguinte endereço:http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pme_nova/defaultestudos.shtm
Para informações adicionais e entrevistas entre em contato com a Comunicação Social do IBGE, nos telefones– 21- 2142-4506/4651/0986/0985, fax -21-2142-0941, por email comunica@ibge.gov.br ou na Avenida Franklin Roosevelt, 166 – 9° andar – Centro – Rio de Janeiro.
Comunicação Social


  Mulher de Hoje
Apesar de ter seus direitos garantidos pela Constituição, a mulher brasileira sabe que ainda há muito a conquistar.
Só para ter idéia da importância das mulheres, basta saber que elas representam mais da metade da população brasileira. De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais -2007, a população brasileira em 2006 era de 187,2 milhões de habitantes. Desse total, 96 milhões eram mulheres.
O aumento da proporção de mulheres em relação a homens é uma tendência demográfica no Brasil, ou seja: a cada nova pesquisa, os resultados mostram que a população feminina tem aumentado cada vez mais em relação à masculina. O indicador demográfico que expressa essa proporção se chama razão de sexo; ele mostra o número de pessoas do sexo masculino para cada grupo de 100 pessoas do sexo feminino. Acompanhe no gráfico:
Fonte: IBGE, Síntese de Indicadores Sociais – 2007.
Como você pode observar, as Regiões Metropolitanas de São Paulo, Curitiba e Porto Alegre apresentaram a relação homem/mulher mais equilibrada, aproximadamente de 92 homens para cada 100 mulheres. As informações sobre as Regiões Metropolitanas do Rio de Janeiro, Salvador e Recife mostraram que, para cada 100 mulheres, tinham apenas entre 86 e 88,5 homens.
Outra tendência demográfica expressa na Síntese de Indicadores Sociais – 2007 é um processo de envelhecimento da população, ou seja, há menos crianças e jovens do que antes. A vida média ao nascer, entre 1996 e 2006, incrementou 3,5 anos, com as mulheres em situação bem mais favorável que a dos homens (72,3 para 75,8 anos, no caso das mulheres, e 65,1 para 68,7 anos, para os homens). O aumento da esperança de vida ao nascer em combinação com a queda da taxa de fecundidade resulta no aumento da população idosa – principalmente a feminina. Observe a pirâmide etária brasileira:
Fonte: IBGE, Síntese de Indicadores Sociais – 2007.
Em 2006, a taxa de fecundidade total (número médio de filhos que uma mulher teria ao final do seu período fértil) foi 2,0 filhos. Segundo a Síntese de Indicadores Sociais – 2007, a queda da taxa de fecundidade nas últimas décadas é uma tendência não só no Brasil: diversos países já atingiram valores bem abaixo do chamado nível de reposição natural da população, principalmente os europeus. Entre nossos vizinhos americanos, observamos o caso de Cuba, cuja taxa em 2005 era de 1,6 filho, contrastando com a Bolívia, com 3,7 filhos por mulher. A Argentina se encontra nos mesmos patamares que o Brasil.
Fonte: IBGE, Síntese de Indicadores Sociais – 2007.
Mulheres responsáveis por domicílios
Entre 1996 e 2006, o percentual de mulheres responsáveis pelos domicílios aumentou de 10,3 milhões para 18,5 milhões. Em termos relativos, esse aumento corresponde a uma variação de 79%, enquanto, neste período, o número de homens “chefes” de família aumentou 25%. A Síntese de Indicadores Sociais – 2007 nos mostra que o aumento da “chefia” feminina ocorreu principalmente nas famílias compostas por casal com ou sem filhos.
É interessante pensar em alguns fatores que influenciam o aumento do número de mulheres responsáveis pelo domicílio.
  • Maior participação das mulheres no mercado de trabalho e, conseqüentemente, maior contribuição para o rendimento da família: Entre 1996 e 2006, o nível de ocupação das mulheres aumentou quase 5 pontos percentuais, ao passo que para os homens ocorreu uma redução de cerca de 1 ponto percentual. Para as mulheres, o aumento nos níveis de ocupação foi maior no Sudeste e na categoria de 40 a 49 anos de idade.
  • A alta expectativa de vida da mulher em algumas cidades ou regiões: A mulher assume a liderança da casa após a morte do companheiro. Isto contribui para o aumento do número de mulheres que moram sozinhas. Segundo a Síntese de Indicadores Sociais – 2007, 26,7% das mulheres responsáveis por domicílios têm 60 anos ou mais de idade.
  • Casamentos desfeitos: A mulher, separada do marido, torna-se responsável pelo domicílio sozinha ou com os filhos. Entre os diversos tipos de estrutura familiar, a maior proporção de mulheres “chefes” encontrava-se em famílias que não contavam com a presença do marido e todos os filhos tinham 14 anos ou mais de idade (29,4%).
  • Homens que migram: de seu estado ou região em busca de emprego ou por outros motivos.
  • Aspectos culturais: As mulheres que valorizam a autonomia, independência e busca profissional muitas vezes preferem morar sozinhas. É simplesmente uma opção, uma questão de ponto de vista.
Participação no mercado de trabalho
Segundo a última Síntese de Indicadores Sociais, a maior participação das mulheres no mercado de trabalho tem se concentrado em quatro grandes categorias ocupacionais que, juntas, compreendem cerca de 70% da mão de obra feminina: serviços em geral (30,7%); trabalho agrícola (15%); serviços administrativos (11,8%); e comércio (11,8%).
Existem diferenças entre Grandes Regiões. Em 2006, a participação feminina nos serviços foi maior na Região Centro-Oeste (36%); no Nordeste, 26,6% das mulheres eram trabalhadoras agrícolas; o serviço administrativo, por sua vez, foi mais expressivo para as trabalhadoras do Sudeste; e as atividades de comércio absorviam 15,5% das mulheres ocupadas no Norte.
Para as mulheres ocupadas mais escolarizadas, com média de 12 anos de estudo ou mais, a inserção no mercado de trabalho é mais intensa nas atividades de educação, saúde e serviços sociais (44,5%). No Norte, essas atividades absorvem 53% da mão-de-obra feminina mais qualificada. As outras atividades e a administração pública também concentram boa parte da mão-de-obra feminina qualificada: 14,9% e 11,2%, respectivamente. No Centro-Oeste, provavelmente pela presença da Capital Federal, observa-se a maior concentração de mulheres na administração pública (20%).
Educação
Nas áreas urbanas, a escolaridade média das mulheres é de 7,4 anos para a população total e de 8,9 anos para as ocupadas. No Brasil rural, a situação é bem diferente. Essas médias são baixas: 4,5 anos e 4,7 anos, respectivamente.
As áreas metropolitanas apresentam as maiores médias de anos de estudo. No Distrito Federal, a escolaridade média das mulheres ocupadas é a mais elevada (10,4 anos). Por outro lado, a menor média observada foi nas áreas rurais de Piauí e Alagoas (3,2 anos), ou seja, nessas áreas as mulheres que estão ocupadas podem ser consideradas analfabetas funcionais e inseridas em trabalhos precários.
Acompanhe a tabela abaixo:

Fonte: IBGE, Síntese de Indicadores Sociais – 2007.
As mulheres também estão à frente quando o assunto é ensino superior e a tendência é ao aumento da qualificação da parcela feminina da população brasileira. Em 1996, do conjunto das pessoas que freqüentavam estabelecimentos de ensino superior, a proporção de mulheres era de 55,3%, passando para 57,5%, em 2006. Isto mostra que os homens estão perdendo espaço no processo de escolarização, pelo menos, no que tange a taxa de escolarização superior.


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